TARDES MORNAS DE DOMINGO
Nessa tarde morna
de domingo,
enquanto a chuva
escorre na vidraça
e cai lá em baixo
sobre uma lata
toc-toc-toc
fico com as minhas
reminiscências
olhando o teto branco
do quarto
divagando sobre a vida...
Os anos passam
e a vida
vai ganhando consistência.
As pessoas vão aparecendo
e se indo,
tudo num turbilhão
que não para,
não para,
não para.
Lembro de tudo
e me deparo
com algum detalhe
que marcou
tantas épocas
e me dou conta então
que a vida
está indo embora
apressada.
E por mais que se queira,
não se consegue
aprisionar momentos.
Temos que vivê-los
intensamente
a cada acontecer
porque depois,
só voltam na saudade
que povoa nossa vida
enchendo nosso viver
de um amargor doído
que chega
e não se afasta mais
de nós!