Enseada

Nostalgias

Não é errado falar que a sua inocência se foi...

Hoje a vejo como uma menina mulher

Que se maqueia e anda de salto pelas calçadas

Cambaleando, mas com todo o desejo de estar em pé.

Não sei se é triste ou alegre esse brilhantismo

Que hoje lhe transforma e que meus olhos preferem não ver.

Quando penso que no seu colo pude deitar e

Hoje a tua simplicidade é quimera.

Quando lembro das tardes de verão

O sol contundente confundindo a tudo e a todos...

Os baldes passeando pelas cabeças desassossegadas

Em busca do liquido que tu o emprestaras,

E aquelas muitas vozes dos pássaros a cantarolar

Anunciando que tudo estava bem, contudo agora é utopia.

O meu peito arde hoje,

Não sabia que lhe amava tanto;

Teu sorriso é raro, tu mansidão inigualável...

Teu brilho se foi...

Mas teu significado estampado está

Foi pregado com a mais pura inocência

De quem te ama sem interesse...

Oh, Enseada!