Dor sem nome
Dor sem nome
Esta é a dor da perda de um filho
É intensa, profunda
Que sempre retorna
A qualquer lembrança
Em qualquer mera semelhança;
Que retorna numa palavra
Na fala de uma perda
Ou em qualquer cena
De alguém que esteja
Vivendo esta mesma dor.
Dor sem nome
Dor que se forte não for
Aos poucos ela se consome
Levando a alegria,
O prazer de viver,
Isolando-se na solidão
Até que ao perceber
Entra-se em depressão.
Dor sem nome
Mas, que com ela pode conviver
Ao olhar nela
Com o olhar dá fé,
A fé que tudo pode
Inclusive, quando se deixa
Envolver-se no mistério do amor
De quem viveu esta mesma dor
O Pai, Maria
Ao verem seu filho
Um jovem que toda sua vida
Curou, pregou o amor
Teve uma morte terrível
Sem mau algum fazer.