Ao entardecer

Ao entardecer

quando se cumpre de rosa o céu

acima dos pinheirais

desenha-se uma terra distante,

na pálida redoma da noite...

Nesses momentos,

em que o rosa invade a alma,

canções dessa doce terra

afloram ao coração.

Canções da infância

e do seu fervor de ninho.

Canções azuis

de tantas frontes piedosas

que ficaram pelos caminhos.

Canções de primaveras

que, entre estrelas

e febris quimeras,

dormiram...

Canções protetoras dos abismos,

de presenças doadoras

movidas por alegrias e dores

e que só pelo amor existiram.

É no entardecer, que

cingidas por rosas

de um sol maior

um coral de estrelas

entoa, em surdina,

essas canções da saudade

de nós.

(Direitos autorais reservados - Lei 9.610 de 19.02.98)

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 21/03/2007
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T421125
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