VENTOS DE SAUDADE...
Os ventos uivam
em meio a greta da janela entreaberta,
a chuva fina, molhando o prado,
embalam o cheiro dos ervaçais
carregados pelos ventos,
viajam trazendo errantes
as flagrâncias odoríficas, mágicas
que em minhas narinas penetram,
remetendo-me em prazeres, em
lembranças...
assim os ventos se tornam,
hospedeiros dos sentimentos e
guardiões dos nossos sonhares,
formam os cenários, constroem enredos
em dias turvos, nublados...
os cinzas predominam,
me aconchegam,
me embrulham caprichosos,
fazendo-me exteriorizar
as angústias, as saudades
deixando-me frágil, absorto
buscando regenerações, degeneradas,
das vivências idas, porém aquelas
jamais esquecidas, por demais contidas
nostalgia é um choro trancado,
é uma lágrima que verte
sem brilho, sem cor, sem sal
sem nada...
Romulo Marinho