VENTOS DE SAUDADE...

Os ventos uivam

em meio a greta da janela entreaberta,

a chuva fina, molhando o prado,

embalam o cheiro dos ervaçais

carregados pelos ventos,

viajam trazendo errantes

as flagrâncias odoríficas, mágicas

que em minhas narinas penetram,

remetendo-me em prazeres, em

lembranças...

assim os ventos se tornam,

hospedeiros dos sentimentos e

guardiões dos nossos sonhares,

formam os cenários, constroem enredos

em dias turvos, nublados...

os cinzas predominam,

me aconchegam,

me embrulham caprichosos,

fazendo-me exteriorizar

as angústias, as saudades

deixando-me frágil, absorto

buscando regenerações, degeneradas,

das vivências idas, porém aquelas

jamais esquecidas, por demais contidas

nostalgia é um choro trancado,

é uma lágrima que verte

sem brilho, sem cor, sem sal

sem nada...

Romulo Marinho

Romulo Marinho
Enviado por Romulo Marinho em 23/03/2013
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