Vontade de ser novamente um menino

E ter tão somente as preocupações de infância

Sem sentir o plano atroz das distâncias

E ter o regaço de minha mãe

A um simples grito de socorro...

Vontade de reviver a aurora da minha existência

E sentir, nos pés, aquele chão febril de antes...

Viver sem sofrer a mágoa dos instantes

Que se passa na distância espacial

Do tempo iniludível...

Vontade de viajar nesta chuva

E, quem sabe assim,

Encontrar as feições de criança

Que se foram.

Ter o rosto molhado pelas gotas

Das vivências passadas,

Vendo as lágrimas de hoje

Em total dissolução.

Saudade dos afagos de meu querido pai

E poder deitar ao seu lado

Ao sentir medo.

Ter um herói dentro de casa

Presente ao simples chamado de filho...

Vontade de ser um novo no mundo

E voltar ao meu mundo velho...

O tempo me testa todos os dias,

Mas as lembranças ainda existem!

E eu não me curvarei, senhor tempo,

Perante a tua impiedosa ação dilacerante...

Eu quero antes ser um doido,

Porém nunca um deprimido

Enclausurado em suas ânsias mais profundas

E inerte diante de seu sofrimento!

Buscarei sempre a vida

Em todas as suas formas.

Os sorrisos que eu amo

São imutáveis

E me dão forças...

25/02/13

Innocencio do Nascimento e Silva Neto
Enviado por Innocencio do Nascimento e Silva Neto em 16/03/2013
Código do texto: T4191242
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.