Minhas Lembranças de Laís (2013)
É madrugada e a noite quente
não me deixa adormecer.
Decido andar pela praia,
chutando as ondas do raso,
ainda esperando por aquele truque
do acaso.
Começa a chover
e eu não me importo,
eu posso me molhar tranquilamente.
É a lembrança do seu olhar
que faz tudo desabar
quase que imediatamente...
Você vê?
Eu estou desempenhando todas as funções
que me foram delegadas.
Mas de repente a sua lembrança
me pega desprevenido
enquanto sigo em uma de minhas andanças,
e já é o bastante pra acabar comigo.
Eu até tento resistir, mas não consigo...
Sou inundado por emoções do passado
e naufrago no mais profundo oceano
quando lembro que você
não está mais me esperando.
Não temo a solidão, Laís.
Não temo a saudade.
A chuva forte já não me incomoda.
Não temo meu coração
ou ter de encarar a dura verdade (eu te perdi).
São suas lembranças me arranhando as costas,
ferindo as feridas expostas, não me preparei pra elas!
Não me preparei pra sua ausência,
não me preparei pra carência.
A lembrança aqui permanece, quieta, sem dar trela.
E ainda me faz perder horas devaneando,
quando simples debruço-me sobre a janela...