Minhas Lembranças de Laís (2013)

É madrugada e a noite quente

não me deixa adormecer.

Decido andar pela praia,

chutando as ondas do raso,

ainda esperando por aquele truque

do acaso.

Começa a chover

e eu não me importo,

eu posso me molhar tranquilamente.

É a lembrança do seu olhar

que faz tudo desabar

quase que imediatamente...

Você vê?

Eu estou desempenhando todas as funções

que me foram delegadas.

Mas de repente a sua lembrança

me pega desprevenido

enquanto sigo em uma de minhas andanças,

e já é o bastante pra acabar comigo.

Eu até tento resistir, mas não consigo...

Sou inundado por emoções do passado

e naufrago no mais profundo oceano

quando lembro que você

não está mais me esperando.

Não temo a solidão, Laís.

Não temo a saudade.

A chuva forte já não me incomoda.

Não temo meu coração

ou ter de encarar a dura verdade (eu te perdi).

São suas lembranças me arranhando as costas,

ferindo as feridas expostas, não me preparei pra elas!

Não me preparei pra sua ausência,

não me preparei pra carência.

A lembrança aqui permanece, quieta, sem dar trela.

E ainda me faz perder horas devaneando,

quando simples debruço-me sobre a janela...

Vinícius Risério Custódio
Enviado por Vinícius Risério Custódio em 14/03/2013
Reeditado em 23/07/2014
Código do texto: T4187324
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