CADEIRA VAZIA
O luar faz companhia
Ao ancião que na cadeira macia
Cochila debruçado nos seus sonhos...
A cadeira ao lado já vazia
Trono perpétuo de quem foi sua poesia
É sombra dos seus dias hoje tristonhos.
Às vezes rói suas lembranças como um rato
De saudade se enche, choroso, fica farto
Agasalha-lhe o peito, o seu amor...
Mas, se ergue a mão trêmula para um afago
No assento livre, de presença ali vago
Não pode acariciar a própria dor!