NA NOITE
Quando você se foi
minha noite se fez infinda;
úmidos, tive olhos perdidos
nos vácuos de mim.
No infinito espesso de meus espaços
desejei você e a noite.
Da noite, o carinho falso de flores vaidosas nas trevas
De você, o frescor da madrugada que nasce.
O alvorecer cederá ao nascente
E sussuros revelarão o que senti
nos ecos de seus passos
afastando entre edifícios.
Na angústia das ausências
teci saudades impróprias
Cessei no revoar de borboletas noturnas
voejei aleatório como os que
não têm pouso em sonos abandonados.
Por enquanto,
saiba,
moça que foi:
Animais notívagos testemunham em meu favor
E podem lhe dizer da noite em que passei insone
Disperso nos tédios sem ternura.
Moça!
Por que assomou à minha janela?