Relíquias Pantaneiras
Acordei de madrugada a noite era muito quente
Tive um sonho esquisito perturbou a minha mente
Fazia muito calor fui tomar um copo d’água
Não resisti a vontade de no quartinho do lado
olhar as minhas relíquias que a tempo tinha guardado
São restos da mocidade sobras de sonhos que um dia
Pelas estradas da vida foram minhas companhia
Arreio, pelego, badana, apero de prata e esporas
Um laço de treze braças trançadas de couro cru
Que foi feito com carinho do couro dum boi zebu
Me vi montado num potro galopando campo a fora
Os bons tempos da infância me vieram na memória
Saudade mordeu por dentro dilacerando meu peito
Senti um cheiro de mato, poeira la do estradão
Mas o que mais me doía era dor do coração
Não sabia que o destino preparava outra cilada
Cravada dentro do peito o preço da covardia
Descobri então por certo que outra relíquia guardava
Dor que dilacerava era uma dor que não doía
Saudade da minha terra; historias do meu passado!