GRAVETOS DE SAUDADE
GRAVETOS DE SAUDADE
Jaz as horas no fim da tarde
Esgotadas pelas gotas geladas
Do sereno...
Jazem as palavras cansadas pela espera,
Suicidas pelas brasas da despedida...
Desfaz-se meu sonho de amor
Junto à neblina...
Um graveto de solidão
Finca no coração...
Foco a solidão,
No seio da escuridão...
Valsam as folhas do jardim
Embaladas pelas mãos da brisa
Enlouquecida pelas tulipas...
Embevecidas pelo canto doce
Da noite...
Meus olhos molhados pelo fogo
Gélido da dor...
Buscam os teus no infinito,
Viajam junto às folhas
Caídas entre sementes
Que o solo não vingou...
Jaz a paz,
Impera a inquietação...
Lateja minha sombra
Na alma da nostalgia...
A tua procura,
Sussurra teu nome...
Mas se intimida
Rasura uma rima,
Que no leito da saudade
Denuncia...
Outra noite em claro...
No colo da poesia.
Poesia Marisa Zenatte
* Direitos Reservados