AMOR DE INVERNO

Foi numa tarde cinzenta, triste e fria,

que a mim chegaste graciosa, um dia,

e meu nome rabiscaste pelo chão...

E tão triste como a tarde me falavas

que assim fazendo ali depositavas

o tesouro de um triste coração.

Mas a chuva veio aos poucos desaguando

e o meu nome devagar foi apagando,

sem que visses o meu pranto de emoção...

E seguimos rumo norte na jornada

separados... Cada qual em sua cavalgada

de amargura, de tristeza e solidão...

Na despedida me disseste entristecida

que te sentias uma intrusa em minha vida

e que minh'alma era fria como a tarde!

Emocionado, simplesmente eu te olhava

e impotente pra dizer que eu te amava

deixei que fosses ... Fui covarde!

Hoje a tarde é fria como aquela

e a saudade no meu peito é uma tela,

que a dor tingiu com poeiras de granito...

E desde aquele dia em minha vida,

ficou-me impresso dentro d'alma dolorida,

teu doce nome para sempre escrito!

Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 08/08/2005
Reeditado em 08/08/2005
Código do texto: T41315
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