Noite Gris
Lápis sem tinta
Riscam caminhos
De um horizonte
Que não sonhei
Vertem as fontes
Que alimentam
Toda inveja
Que a mim vem
Meu jardinzinho
Outrora lindo
Não é tão belo
Sem ter ninguém
Não tem mais viço
Nem tem perfume
Já praguejado
Por este alguém
E me entrego
Ao saudosismo
Num choramingo
De frustração
Meu coração
Deita ao lirismo
Em desatino
Lastimarão
Fica calado
Grita abafado
E se entrega
Não tem prazer
Tenho agonias
Descompassadas
Falta-me algo
Para viver
Sou descontente
Vivo dolente
A noite entende
Não faz luar
Nesse momento meu coração
só necessita