LEMBRANÇAS DA INFÂNCIA
E ainda hoje depois de tanto tempo me lembro de quando nos reuníamos aos Finais de Semana na casa do vovô e da vovó.
Era uma bagunça só.
Sentávamos no chão para comer jaca, corríamos pela chácara!
Colhíamos cana e fazia a roda em volta do vovô, ajudando a rodar o moinho e esperando o caldo de cana delicioso com limão.
É um tempo que não volta mais, são lembranças que jamais serão apagadas. Lembranças de infância feliz, de criança sendo realmente criança.
Lembro quando a gente passava horas na rua brincando, era "rouba-bandeira", "betes", "pitoco", "5 marias"... Eram tantas brincadeiras, era tanta alegria. Ao anoitecer claro, não podia faltar o "esconde-esconde", as ruas eram tranquilas, os pais confiavam nos filhos, todo mundo conhecia todo mundo, era pura alegria.
As mãos viviam manchadas de amora e a gente ainda falava - "Vou contar pro seu pai que você namora!" (risos) e quantos pé-de-manga a gente não subiu só pra comer manga-verde com sal escondido da mamãe e do papai? A vovó sempre falava que fazia mal, que depois não podia tomar leite.
Ai que saudade que bateu. Saudade de ser eu!
Saudade das músicas, das cantigas de roda, das festas juninas, do natal reunido!
Hoje se passarmos na frente da chácara da casa da vovó não existe mais nada a ser casas, casas e casas!
Derrubaram nossos pés de seriguela, nossos pés de amora, nossas canas, tudo... Não existe mais nada! A arvore do vovô foi o que mais doeu quando derrubou... Era seu lento... Seu lugar de descanso!
Ficou apenas a saudade, saudade de ser criança!