Aurora em Sombras [ com Derek Soares Castro ]
Dos meus dias de criança,
Quando a vida era uma festa;
Sinto a mágoa por lembrança
Nessa noite que me resta.
Uma cruz de imenso lenho
De saudade me foi dada;
Essa lástima qu'eu tenho,
De minh'alma fez morada.
Meus amigos mais risonhos
Que alegravam minha infância,
Hoje os vejo mais tristonhos,
Pois, dormitam na distância.
Os momentos da existência
— Puros lírios tão sagrados —
Foram todos sem clemência
Pelos tempos, desfolhados.
A semente da alegria
Que na infância foi plantada,
Hoje é mera nostalgia
Da memória ressecada.
Foi uma árvore de luz
Para os meus dias risonhos...
A mesma árvore em qu'eu pus
Uma corda pros meus sonhos.
Nem os pássaros dourados
Nessa copa fazem ninho;
Vejo-os fúnebres, parados...
— Hoje eu canto tão sozinho! —
Lá da infância os verdes prados
Desolaram-se em umbrais...
Permanecem nos passados,
Tempos vãos, de nunca mais!
Entre 27 e 31 de Janeiro de 2013
*Nestório - 1ª, 3ª, 5ª, 7ª estrofes
*Derek - 2ª, 4ª, 6ª, 8ª estrofes