SAUDADE , DONA DE MIM
(Sócrates Di Lima)

O amor que bate forte nunca finda,
Tem lembraças demais para esquecer,
E a saudade bate mais ainda,
Fazendo o coração gemer.

Eu ouço seu gemido intermitente,
Como um lamento sem querer,
Embora eu sinto apenas o peito quente,
Como fogo queimando o meu ser.

Não tem saudade que para sempre dure,
Nem, tristeza que possa me abarcar,
Não há pesar que assim perdure,
Nem alegria que não possa se acabar.

Não vejo triste mais em mim,
Nem a alegria me fazer cantar,
Mas, guardo o prazer sem fim,
De ter amado até me acabar.

Um grande amor assim não se esquece,
Pode passar o tempo que passar,
Mas as lembranças que anoitece,
Amanhece sempre para me lembrar.

A saudade é um bicho complicado,
Parece que sempre estou na solidão,
Mas na verdade é um grito sufocado,
Que a gente não tem como impedir não.

E a noite chega sorrateira,
Traz mil lembranças do que eu fui,
E cada hora é tão certeira,
Traz pensar ligeiro e a saudade flui.

Não gosto de me sentir assim,
Pensando nela que está distante,
Mas nada posso fazer, está em mim,
Só me restar sonhar e já o bastante.

Ninguém mais me fará chorar,
Só se for assim, de alegria,
O passado não pode mais voltar,
E eu me desfaço em poesia.

E o que fazer com isto agora,
Já que esta saudade é dona de mim,
Infelizmente ela não vai embora,
Mas eu me recomponho mesmo assim.

E onde ela estiver, há de se lembrar,
Olhando minha imagem e o meu bem querer,
Lembrará das canções para fazer ninar,
E saberá que minha saudade tem tudo a ver.

Mesmo que num sonho traga ela de volta,
Não adianta nada, pois, não tem mais o infinito querer,
Prefiro ainda, esta saudade solta,
Mesmo que sozinho tenha que sofrer.

Espero a noite passar tão rápida, assim, espero,
Para poder não ter que ficar assim,
Se eu dormir sono profundo, como eu quero,
Pelo menos esta noite esta saudade terá fim.


 
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 28/01/2013
Reeditado em 28/01/2013
Código do texto: T4110493
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