MINHA TERRA-PANTANAL
MINHA TERRA-PANTANAL
A chata lenta suprime a serpente d’água...
Dentre as ourelas, pia a fauna pantaneira
Há luz em reflexos, a flora deságua,...
No olfato, um menu de sabores... A brisa me cheira.
No oco tronco tosco o ribeirinho se sustenta
É um artista no coliseu do ciclo do natural
Tão puro d’alma! A presunção cala-se e a singeleza se atenta
Risca a serpente com os anzóis de uma vida cordial.
A noite deita, o gris omite-se e fende o ciclope pôr-do-sol do mundo
Abrem-se as cortinas! Desejo merda à lua que me vê
Do belvedere molho meus aplausos nas lagrimas que me inundo
E vergo meus joelhos flagelando-me do analfabetismo que me lê.
Minha terra-pantanal! Planície anfitriã de uma babel de boniteza
Mostra-me quão irrelevante é a chaga do meu revés,...
Crenças e descrenças embaralham-se nessas águas que me pariu
E é essa riqueza que me ergue por entre os veios desse rio.
Sou hóspede nessa cadeia alimentar que me devora em pureza
Um insalubre que naufraga num hospício de alegrias sem viés
É onde,... Sossega a loucura que um dia me partiu,...
E é,... Donde morrerei, no doce coma das lembranças juvenil.
Estou no cárcere dos meus amigos
No enigmático DNA da natureza...
No ventre da ecologia
Em paz com as minhas dores,...
E, redescobrindo velhos amores.
CHICO DE ARRUDA.