MENINOS E LOBOS
38- MENINOS E LOBOS
Manhãs bem frias nos Sertões Farinha Podre das Gerais
Mansão pau-a-pique, pouco tapume que a esquentasse
Lobos que uivam à espreita na floresta ao derredor
Matilha sobrevivente da caça periódica em favor dos bovinos
E outros
Meninos de dentro da tapera-Casa provisória do vaqueiro
Lobos lá fora, percebidos
Não vistos face ao terror dos ocupantes do rancho!
Lobos não acabam...
Sempre a espreitar presas por traz das moitas...
Sertões acabam, mas novas matilhas estarão por ai
Nas formas diversas de aterrorizar meninos crescidos
Uivos lá fora continuarão: uá,... uá,... uá...
Do lado de dentro a voz materna a rechaçar os intrusos
Ecoa dos tempos do medo e de ventos frios, ainda hoje...
rá,... rá,... rá,...!
Brasília, 18/01/13 - abello