NÃO É A MESMA... A PRAÇA

Sento-me na velha praça...

O largo do passeio é o mesmo,

as luzes e o banco não são mais.

Olho a juventude em profusão rumando para o futuro.

Procuro no vai e vem das verdes faces

reconhecer algum rosto: não consigo.

Vistas não conseguem alcançar

pares que rumaram pra bem longe.

O velho casarão do ensino publico, ainda me apraz.

É que, a gangorra da existência que leva o prazer,

traz a saudade.

São os fluxos e refluxos da vida

que me trouxeram aqui:

leve, frágil, salvo.

Das sarjetas levaram as bicicletas,

trazendo as motos,

que ontem elevavam os amores,

hoje as dores.

Sinais dos tempos, excessos da vida.

A praça tem um encanto,

um aroma, uma magia,

por mais descuidada que esteja.

Enigma que só os poetas podem

sentir e decifrar.

Sentei-me de volta na praça,

não para descansar

das murrinhas do dia,

ou mesmo, me divertir como dantes.

Foi, para atiçar o espírito e confortar a alma,

No alívio de uma saudade vicejante.

São Luis/MA, 19 de janeiro de 2013

josafá bonfim
Enviado por josafá bonfim em 19/01/2013
Reeditado em 29/01/2013
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