Cheiro de infância

O vento balança as folhas das árvores

Escuto o pequeno riacho e a sua água correndo entre as pedras

O cheiro da terra ainda úmida

Me faz voltar ao passado.

Me lembro correndo pela mata

De pés descalços, sem medo

Brincando livre na natureza.

Os banhos na cascatinha

Os mergulhos na água cristalina.

Ou deitada sobre o lajeado

Imaginando o futuro que viria.

No meio do mato me divertia

Subindo nas árvores

Roubando mel dos jataís

Fungindo dos irapuás

Que insistiam em agarrar os meus cabelos.

E do gostinho da pitanga nativa

Ou da cereja ainda azedinha.

Mesmo dos arranhões de "unhas de gato"

A saudade bate quando lembro do cheiro da mata

Hoje só um capão ainda resiste

O riacho quase não tem água

A cidade já está perto

Os animais já não aparecem

Aquele paraíso ainda existe

Na minha lembrança de infância.

Lua Vitória
Enviado por Lua Vitória em 17/01/2013
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