Cheiro de infância
O vento balança as folhas das árvores
Escuto o pequeno riacho e a sua água correndo entre as pedras
O cheiro da terra ainda úmida
Me faz voltar ao passado.
Me lembro correndo pela mata
De pés descalços, sem medo
Brincando livre na natureza.
Os banhos na cascatinha
Os mergulhos na água cristalina.
Ou deitada sobre o lajeado
Imaginando o futuro que viria.
No meio do mato me divertia
Subindo nas árvores
Roubando mel dos jataís
Fungindo dos irapuás
Que insistiam em agarrar os meus cabelos.
E do gostinho da pitanga nativa
Ou da cereja ainda azedinha.
Mesmo dos arranhões de "unhas de gato"
A saudade bate quando lembro do cheiro da mata
Hoje só um capão ainda resiste
O riacho quase não tem água
A cidade já está perto
Os animais já não aparecem
Aquele paraíso ainda existe
Na minha lembrança de infância.