BEIJO A TÂNATOS
BEIJO A TÂNATOS
um pífio epitáfio
"Ele morreu"
gritarão os muros ansiosos
dos cemitérios
"Ele morreu"
assomarão às portas e janelas
venesianas abertas
espantos e sussurros:
"Ele morreu"
suspirarão
Ele morreu, sim,
mas e daí? Ele morreu como
morrem as folhas do outono
e a lua ao fim
de cada noite
Ele morreu
menos um homem e mais estórias
pra contar
Ele morreu, dirão
rirão os olhos das corujas vadias
até o esquecimento.
Ele morreu, se é que foi
mais poesias se farão
e muito menos erros
serão
cometidos
Ele morreu, é tudo
amanhã, depois, outros irão