MAIS UMA SAUDADE
Há dias que não terminam
Param no meio e não se movem
É como se não tivessem fim
Nessa agonia dolorida
De ver o anoitecer
Para dele se esquecer
Como imagem perdida
É assim a minha dor
Num labirinto de saudade
Que ficou de ti, guardada
Como figura morta, dependurada
Na parede da alma
Inerte, calma
Ali, desbotada
E com ela, vem a desilusão
Na frieza do quarto sombrio
O aperto no peito, o suar frio
A angústia amarga, vazia
Que sempre me faz companhia
Quando penso em ti
E o dia não passa. É mesmo lento
E em cada minuto, em cada segundo
Vejo-te em meu pensamento
A seguir-me como cão amigo
No lembrar do que vivi contigo
Tento apressar o tempo
Para aliviar meu sofrimento
De tua saudade que é meu abrigo
10/03/2007