De onde vem esta saudade?
Às vezes sinto uma saudade,
Quando pelas noites de luar,
A vagar pelas ruas da cidade,
Com lembranças a me vigiar.
Ao longe ouço umas canções,
Como de Mozart um réquiem,
Para o corpo vazio de ilusões,
Com frios lábios que sorriem.
Sinto da lamina o frio do fio,
E pelas ruas gotejo lagrimas,
Que se misturam ao suplicio,
Desta saudade já tão intima.
A saudade que agora sinto,
Vem sem o cheiro de jardim,
Na mutação pelo Absinto,
Entorpece a noite por fim.
Como do Arlequim a sorrir,
Aos olhos ávidos de prazer,
Com seu sorriso a esculpir,
Sua mascara de sobreviver.
E sigo por estas ruas desertas
Numa madrugada de sereno,
Com minhas feridas abertas,
Da varanda a mão no aceno.
Toninho.