De onde vem esta saudade?

Às vezes sinto uma saudade,

Quando pelas noites de luar,

A vagar pelas ruas da cidade,

Com lembranças a me vigiar.

Ao longe ouço umas canções,

Como de Mozart um réquiem,

Para o corpo vazio de ilusões,

Com frios lábios que sorriem.

Sinto da lamina o frio do fio,

E pelas ruas gotejo lagrimas,

Que se misturam ao suplicio,

Desta saudade já tão intima.

A saudade que agora sinto,

Vem sem o cheiro de jardim,

Na mutação pelo Absinto,

Entorpece a noite por fim.

Como do Arlequim a sorrir,

Aos olhos ávidos de prazer,

Com seu sorriso a esculpir,

Sua mascara de sobreviver.

E sigo por estas ruas desertas

Numa madrugada de sereno,

Com minhas feridas abertas,

Da varanda a mão no aceno.

Toninho.

Toninhobira
Enviado por Toninhobira em 10/01/2013
Código do texto: T4077519
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