Dois Mundos

A saudade que aperta aqui dentro

não tem forma e nem lei e nem nome,

ela abrasa o meu peito e consome

a alegria que havia no centro.

As lembranças que vêm à memória

são felizes, me deixam absorto,

mas eu sei que o passado está morto,

e é por isso o meu pranto de inglória.

No pregresso me vejo feliz,

andorinha fazendo verão

que sorri sem ter causa ou razão,

transbordante tal qual chafariz.

Ao voltar para o triste presente

sinto o gosto amargoso da dor

destruindo o meu mundo com cor

e o flagelo me deixa demente.

Eis que um dia há de vir a bonança,

um amor em total plenitude

ou, ainda por dentro me mude

ao deixar fenecer a esperança.

03/01/2013 3h11

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 04/01/2013
Código do texto: T4067738
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