MARÍLIA DE DIRCEU DO SÉCULO XXI

Marília!

Ainda sou o seu apaixonado,

Namorado de um tempo distante,

Amante do velho passado,

Centelha de luz cintilante.

Sou o mesmo poeta de outrora,

Com o mesmo dilema e apego,

Rompendo em nova aurora,

Buscando quietude e sossego.

Sou o mesmo amante anônimo,

Dos livros e da velha poesia,

Que um dia eu mesmo escrevi,

De tanta saudade de ti.

Transcendo o tempo e a vida,

Guarida, eu busco distante,

Afinal! O amor não fenece,

E padece quem o tenta ultimar.

Sou casto e encanecido poeta,

Atleta das letras e das rimas,

Me inspiras.Oh! Altiva realeza,

Alvitre de ingênua beleza.

Da plebe ainda sou menestrel,

Vergel sempre a desabrochar,

Sou brisa que sopra serena,

Sou ilha em meio ao mar.

Me lembra o ingênuo amor,

Torpor do viço de outrora,

Das noites de lua plangente,

Que a gente bem pouco viveu.