Amor à vida

Nem motivos, nem razões

Para arrebatar corações

Me foi peculiar

Nem promessas nem carinhos

Fantasiei sempre sozinho

Sem alguém para amar

Agora passado esse tempo

Com alguns poucos momentos

De amor pra recordar

Vejo-me meio indisposto

Evitando algum desgosto

Que viesse a perturbar

Não sigo muitos conselhos

Eu tenho muitos espelhos

Mil exemplos de desilusão

Os caminhos serão traçados

Mesmo que eu não tenha colaborado

por uma ou qualquer razão

As noites em claro que eu não passei

O riso raro que não me privei

As festas que fui me descontrair

Só com sol da manhã a me argüir

As ressacas dos porres que já tomei

Os livros e discos que já curti

A camaradagem em noites perdidas

O bilhar no clube ou outra partida

Chamam-me de novo ao meu lugar

Vão se insinuando querendo voltar

E eu não sei se me deixo levar

Quem sabe não é uma boa... Sei lá!