PÁTINA
No ocre do tempo
há natural
oxidação.
Teu verniz,
grossa demão,
insiste em brilhar,
desafia o ar.
No bolor da velhice
enconde-se a matiz
de seu olhar.
Caiu, descascou;
a porcelana da cútis
sai em fuga
e dá lugar às rugas.
Envelhecemos
em uma trajetória
suicida.
No ocre do tempo:
o acre da vida.