Nos braços de Deus
Exilados... E foi tão sem querer...
Fomos "convidados", então...
A largarmos a nossa "mãe gentil".
A aprendermos lições da vida...
Segurando apenas nas mãos de Deus.
A fé... Tudo o que nos resta aqui.
E sentimos as mãos ternas de Deus sobre nós,
Todas as vezes que nos vem a palavra fraca: Desistir.
Não sabemos bem o que Deus quer de nós...
Afastados dos nossos amores todos!
Perdendo todos os risos, abraços, tempo - Tempo!
Tempo nosso... dos nossos - Tempo!
Ou ganhando, talvez...
Tempo de resgatar amores...
Tempo de refazer valores...
Tempo nosso de cada dia...
De lágrimas tantas e saudades tantas!
Saudades que tomam a forma dos nossos filhos.
E tomam a forma do abraço do meu pai - Espera-me!
Fantasmas que me acordam à noite... devagarzinho...
E pegam-me pelas mãos...
E levam-me pertinho da lua! Eu, quase louca!
E lá de cima... vejo eu todos os amores meus!
Os meus filhinhos, os beijo eu, tal um passarinho:
Levezinho... para não acordá-los.
E retorno eu da lua... à "casa" que não é a minha...
Pálida e ávida eu!
De amores emudecidos ou cochichados...
Nos ouvidinhos da lua...
Que a tudo escuta e envia os recados todos a Deus!
Que rege um universo inteiro!
Que, gentilmente... pára para escutar os meus segredos todos.
O que não é segredo a Ele...
Os meus pedidos todos de todos os abraços que queria eu poder dar...
E embala-me Ele... e faz-me dormir... nos braços da fé.
Karla Mello
24 de Novembro de 2012