Mundinho
Macapá, 21 de novembro de 2012
Mundinho o apelido de tua infância
Pouco houve,
Que não teve
E no lençol de água que te cobriu
Foi o cúmulo de matar a sede
E o colchão de lama que dormias
Estava fofo tal qual um travesseiro
E neste momento eu morri
Acho que por inteiro
Mundinho ouça o passarinho,
A rolinha,
O pardal
Os cantos que tu imitavas serviu
Para adocicar onde havia mal
Jogavas a pedra na água mansa
Para alegrá-la com sua risada
E neste momento tu eras um tudo
E agora o mundo é meio nada
Mundinho joga a bola pra mim
Pra ver se eu chuto pra ti
Mundinho corre atrás da pipa
O ar te elevas e lá ficas
Queria ver tua namorada
Teus bilhetes bobos de amor
Queria te dar uns conselhos
Queria te proteger da dor
Mundinho eu olho as criaturas
Umas vêm
Outras vão
E não exagero que se tu ficasse
Terias um grande coração
Serias pai firme zelo
A culpa não te seria um inchaço
Mas outro dia sonhei com seu abraço
Mundinho eu andei um instante na vida
Pouco torto,
Um mesquinho,
Eu queria que tu enxergasse em mim
Aquele ser herói do quadrinho
A gente veste a capa vermelha
E sai voando para onde for
O bom de tudo
É que me fizeste um homem melhor
(em homenagem ao amigo Alípio e sua perda)