****SAUDADE DA INFÂNCIA****

Saudade

saudade malvada

que me persegue assim

insiste trazer à lembrança

meus tempos de criança

Saudade da inocência

de não conhecer realidade da vida

a pobreza não me incomodava

o pouco que possuía me satisfazia

saudade

de não ter sonhos de gente grande

não desejar o castelo de Cinderela

nem presentes de Papai Noel.

Na minha inocência

não sabia que o mundo era tão grande

e que no mar havia tanta água.

Só conhecia o ABC

Não sabia

que haviam tantos livros para estudar.

Saudades das brincadeiras de roda,

pular corda, chicotinho queimado,

cabra cega, guarda meu anelzinho,

boca de forno, Mé- Mé- Mé quer Pão?

Eu sou pobre, pobre, pobre...

Inventava brincadeiras porque

“ quem não tem irmão brinca só”

com qualquer caquinho, bichinhos de frutas,

bonequinhas de espigas de milho e caroços de algodão

bercinhos de conchinhas de bananeiras

e tantos outros encantos

que me fogem da memória.

Saudade das coisas que vivi

ou da minha imaginação.

Das maldades que não conhecia

Na minha mente tudo era fantasia.

Da inocência do tempo de crianças

Hospital São Lucas . Itabuna 10. 11.2012

Valdinete Afra Bulhões
Enviado por Valdinete Afra Bulhões em 16/11/2012
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