Enquanto Espero
Na espera, tão longa, do amor não errante,
do momento contente e seu pensamento era um canto,
da paixão avassaladora, o carinho da amante.
Tão sedutora, tua pele é um encanto.
Na memória, tão reluzente é teu rosto,
teu sorriso, de ternura composto,
nos olhos era amor, e paixão sobreposto.
Mas hoje, por que só vejo desgosto?
No meu peito, no meu ser, sou dor:
do amargo abandono, a culpa do ofensor
da ausência do seu calor, sua apatia ao meu louvor.
Como? Se meu corpo ainda guarda seu odor?
Reconsidero, regenero-me, não me desespero,
retempero e apenas coopero, ainda te venero.
Fico em paz enquanto espero.