O SILÊNCIO DE UM REGATO


Esse barulho da cachoeira,
que geme a vida inteira,
parece não querer parar.
Será um canto de mágoas?
Despedindo das águas,
que viajam para o mar...

Deixam o sabiá e a arara,
vão a procura de Iara,
o corpo da deusa, vão banhar.
Procurem, por onde margeia,
encontrarão linda sereia,
enfeitando, a noite de luar.

O barulho das águas, do rio,
une ao do vento, num assobio,
e a despedida se encerra...
Por corredeiras, ou cachoeira,
esquecerão a mina, na capoeira,
deslizarão, alimentando a terra...

Seguem, num silêncio absoluto,
os obstáculos, nem escuto,
viajam, nessa eterna correria...
Que lindo, se acontecesse,
por um segundo, não corresse,
para ler, a minha poesia...


GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 14/11/2012
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