CASULOS DA ALMA

(Sócrates Di Lima)

Senhora,

Os olhos eu fechei,

E não vi ir embora,

O pensamento que criei.

Senhora,

Senhorinha,

Vejo agora,

Uma luz pequenininha...

Vejo olhos de vaga-lumes,

Em meio a minha escuridão,

Em meio aos meus queixumes,

Pulsando meu coração.

Senhora minha,

Minha senhora...

Teria se ido embora!

Numa qualquer tardezinha?

Não sei...

Sozinho então pequei,

Aqui, acolá, olhei,

Pensei nada encontrei.

Senhora de todas as horas,

De todos os dias,

De tantas auroras,

Senhora das minhas poesias.

E é chegado o dia,

De abrir o coração,

E deixar voar a poesia,

Deixar voar a saudade sem hesitação.

É hora de pensar no amanhã,

De deixar o passado lá atrás,

De olhar o hoje no afã,

E nele viver e saber o que se faz.

Senhora de tantos olhares,

De tantos noturnos suspirar,

De tantos abraços em pares,

Nudez de almas a embalar.

Senhora, jovem mulher,

Mulher, jovem senhora...

Hoje, numa tarde qualquer,

Sinto que de dentro e mim vais embora.

Eu não quero, mas, lhe deixo ir,

Liberto meus ais,

E na tua estrada não mais seguir,

Nem me perder, mais.

SENHORA, neste momento,

Ouço o eco dos teus quérulos,

O silêncio do teu pensamento,

E fora do teu universo, me fecho em casulos.

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 14/11/2012
Reeditado em 14/11/2012
Código do texto: T3985902
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