Lá em Colombo

Quero ir a Colombo,

Lembrar do tempo de pequeno

Novamente deitar na beira da touceira

Olhar os carros passarem na pista

Chamar Ana para brincar

Ver os meninos de cima da barreira

Sentir cheiro de comida caseira

Subir no pé de goiaba

Ao lado da ribanceira

Quero ir a Colombo

Pegar araçá na roça

Povo passa me olhando

Vó me chama para comer

Volto a correr no campo

Porteira abre e se fecha

Meninas se mostram faceiras

Ao som das cigarras

No final da tarde

Quero ir a Colombo

Ver o Crepúsculo elegante

Cheiro de café pisado no pilão

Pão assado na brasa

Aroma de cuscuz no ar

Depois de comer, vô no terraço

E suas estórias para contar

Quero ir a Colombo

Acordar ao grito do galo

E abrir a porta de manhãzinha

Sentir o orvalho e o sereno

Gotas d’agua nas folhas

Brisa fria ao som das vacas

Povo vai trabalhar

Cheiro de café pisado no pilão

Lenha acesa no fogão

Salame do grosso pendurado na cozinha

Vó me chama para comer

Bíblia na mesa

Primos passando

Novamente me deito na beira da touceira

Mais um dia começa em Colombo.

Essa poesia faz parte do Livro: Paixões e Êxtases do poeta Adriano Sales.

O Engenho Colombo fica localizado na cidade de Joaquim Nabuco-PE, às margens da BR 101.

Adriano Sales
Enviado por Adriano Sales em 21/10/2012
Reeditado em 21/10/2012
Código do texto: T3943998
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