NA PENUMBRA
Quanto tempo já passou
e tudo continua tão igual
só dentro de mim tudo mudou
causando-me tanto mal
Em mim tanta amargura
um silêncio assustador
guardando a desventura
do que um dia foi amor
Vem a noite, vem o dia
tudo em mim é feito breu
cada canto, que agonia
a lembrar quem me esqueceu
Fantasmas de um passado
desfilam na penumbra agora
em um canto isolado
a presença de quem foi embora
E na penumbra ainda o cheiro
impregnado na saudade
do abraço derradeiro
do adeus a felicidade
Célia Jardim