Poeta em Dor

Fria geada convida-me ao calor de mim mesmo
minh’alma...Reduto onde me escondo do mundo
As ruas de tão cheias são vazias...Fujo da vida...

Tanto amam que ondeiam na vertente de seus amores
Prefiro a solidão de meu espírito que os braços dos amigos
Que do brilho de meus olhos são salteadores...

Escondo-me nesta melancólica manhã
Vislumbro o mundo por trás de minha cortina de sonhos
Quimeras encantadas que sufocam minha agrura...
E a saudade é o leito gelado de um rio
Que espera em calmaria o cair de uma fina chuva...

-Chuva ingrata que não chega...

Dorme no açoite desta geada o triste rio
Sua superfície é fria, mortal e congelada...
Mas por dentro toda uma liquidez é guardada

Por que sofre o rio com sua saudade
Se a chuva é parte sua?

Durma traiçoeiro e saudoso rio...
E acorde no romper das águas
Que em outra terra do céu caiu...

Acalma-te febril coração
Durma em teu esconderijo
Pois o frio é instante passageiro
Acaba no nascer de uma nova estação...

Chora personagem da nova aurora
Toda tua saudade...
toda tua dor de ontem e agora...

Chora alma imantada por solidão
Toda tua fantasia roubada
Cada gota de fel de teu coração...

Voa pássaro de ilusão
Pelo o céu de teu passado...
Perca-se nos aludes de teus dilemas
vaguei no canto da natureza
Ignore a realidade na beleza suprema...

E se tiver de morrer nas vias de tua arte
Morra e renasça!
Não tema!

Ouça o canto de um simples menestrel
Aquele pássaro tímido e faceiro
Que deitas como poesia sobre fino papel...



Noah Aaron Thoreserc
Enviado por Noah Aaron Thoreserc em 13/10/2012
Reeditado em 13/10/2012
Código do texto: T3930586
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