Manhãs Mortas
Trouxe-te beijos ornados com flores.
À tua boca fez-se beija-flor na dança,
E plaina em lembranças de amores,
Sedentas e silenciosas na esperança.
Sofreu com seu coração a certeza,
Onde pululavam todos seus desejos,
Mas mortos em meio à sua frieza,
Fez sufocar na mente sonhos e beijos.
Queria não fosse real todo o lamento,
Que liberta versos tristes na canção,
Nesta alegria despetalada no vento,
Abriga no seu peito apenas a ilusão.
Entre o seu olhar perdido do querer,
Nasceu olhar esmolado da ansiedade,
Desesperado nas manhãs deste sofrer,
Quando o amor perde cumplicidade.