Manhãs Mortas

Trouxe-te beijos ornados com flores.

À tua boca fez-se beija-flor na dança,

E plaina em lembranças de amores,

Sedentas e silenciosas na esperança.

Sofreu com seu coração a certeza,

Onde pululavam todos seus desejos,

Mas mortos em meio à sua frieza,

Fez sufocar na mente sonhos e beijos.

Queria não fosse real todo o lamento,

Que liberta versos tristes na canção,

Nesta alegria despetalada no vento,

Abriga no seu peito apenas a ilusão.

Entre o seu olhar perdido do querer,

Nasceu olhar esmolado da ansiedade,

Desesperado nas manhãs deste sofrer,

Quando o amor perde cumplicidade.

Toninhobira
Enviado por Toninhobira em 12/10/2012
Código do texto: T3929657
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