NO AMARGOR DA SOLIDÃO
NO AMARGOR DA SOLIDÃO
Lágrimas rolam em meu rosto,
Como o fluxo e refluxo das ondas do mar,
No meu ser invade um desgosto,
Que me sufoca e falta o ar.
Que meu choro, não seja em vão,
Sirva ao menos para molhar o chão,
A terra seca do meu sertão,
E que da rosa possa nascer um botão.
Minha vida é um só pranto,
Não tenho nenhum encanto,
Somente a triste desilusão,
Amarga no meu coração.
Vivo perdido no amargor da solidão,
Sem nenhum direito de provar da felicidade,
Vago a esmo por toda a imensidão,
Tendo como companheira a velha saudade.
Minha alma implora o teu perdão,
A dor é tão grande, que sufoca o meu peito,
Ao Deus Pai eu agradeço a sua bênção,
Resignado eu espero a morte em meu leito.