A Morte Simbólica do Amor
Quando o sol nasceu eu queria antever
o que todas as palavras causariam.
Tentei de todas as formas amainar
a dor que estava em mim e eu sofria.
Mas quando estamos com alguém
não imaginamos estar com esse alguém
por alguns segundos.
Por algumas horas.
Por alguns dias.
E sim por todo o sempre.
Projetamos o amor para o futuro.
Mas ele é o presente, aqui e agora.
Não se vive só das memórias.
É tão curioso quando amamos,
nos separamos e tudo acaba.
É como se quem amamos tivesse morrido.
Você sabe que ela está em algum lugar.
Que ela existiu, mas partiu deixando saudade
em seu coração.
É a morte simbólica do amor.
Você sofreu tanto e chorou.
Sentiu como se não pudesse
viver sem quem tanto amou.
Lembra-se dos dias que foram felizes.
De todos os beijos e caricias.
Dos reencontros e despedidas.
Da saudade que fazia querer
estar ao lado logo que fosse possível.
Amor que muitas vezes era melhor
nunca ter existido.
Mas sem ele seriamos só um vestígio
de tudo que somos agora.
A soma inerente de amores
que vieram e que foram embora.
Vivos mesmo que em pequenos flashs
em nossas memórias.
Assim se fez solene em nossos corações
o amor que teve uma morte simbólica.