ACONCHEGO DE UM COLO
Por mais presente seja a saudade
Não consigo voltar os ponteiros do relógio
Se pudesse retroceder no tempo
Voltaria a caminhar por entre as matas
Ou pelas ruas empoeiradas
Depois, abriria aquele velho portão de madeira
E adentraria pelo quintal acolhedor
No caminho, já sentiria o cheiro gostoso
Da comida preparada no fogão à lenha
E num segundo estaria aninhada
Naquele colo afetuoso
Ali, era meu abrigo
Não tinha medo de nada
Nenhum perigo me alcançava
Quando no aconchego estava
Daquele colo querido.
(Foto da vila de minha infância)