Há um outono na minha primavera,
Um sol tímido escondido na densidade,
Uma dor que entra pelas frestas, acelera,
Se apodera, arranha a estranha realidade.


Há uma penumbra, um eu desnudado,
Uma nostalgia, uma desavença no espírito,
Um olhar cismado, um grito condensado, um agito,
Uma interrogação, um poema amarrotado.


Há um delírio de amor que me consome,
Uma sede de você, uma insaciável fome.


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LAMENTO

 Há uma fome escondida,
em minh'alma, em minha vida,
não sei como a saciar.


 Vivo em tempo de espera,
aguardando a Primavera,
que tarda tanto em chegar.


 A dor entre pela fresta...

 Lamentar é o que me resta.


(HLuna)