NO PALCO DA VIDA
(Este poema participou do I Festival de Poesia do Vale do Jaguaribe, em dezembro de 2007, na cidade de Limoeiro do Norte, e foi premiado nas categorias: 1º lugar no mérito cênico e 2º lugar no mérito literário)
Autor: Gilnei Neves Nepomuceno
Não era muito, pensei
Nem alta tragédia,
Nem baixa comédia.
Nada de grandes incertezas
Ou insondáveis profundezas.
Nem heroísmo ou covardia, mas sim
Um desgaste permanente dos anos.
O tempo havia apagado o drama
O menor sorriso articulado
Que ali pudesse ter sido encenado.
Os cenários caíam, a monotonia magoava
Porém, restavam-me lembranças macias,
Elas traduziam algum significado;
Talvez um vestígio de paz,
Uma gota de alegria
A camuflar a expressão do meu rosto gasto.
Retrocedi no tempo
Vaguei pelos palcos escuros da vida
Na platéia havia um silêncio fúnebre
Estacionei na ribalta obscura
Entregando-me a profundos pensamentos
Formulando desejos novos
Em busca de outras conquistas
Pra disfarçar as rugas que não pedi
Pelas derrotas que não mereci.
Preciso criar novas cenas
Erguer novos cenários
Colocar em cena a felicidade.
Improvisar atos,
Remontar o espetáculo da vida
E para isso encenarei
Se possível for, um palhaço,
O sonho não pode morrer.
(Com este poema, participei de um festival de poesias em Limoeiro do Norte-CE. Fui premiado com o 1º lugar em melhor mérito cênico e 2º lugar em melhor texto literário.