PRISIONEIRA DA CULPA
Teu adeus foi uma cela fria
Onde passei os piores dias
A me conformar com a realidade.
Teu desprezo foi um soldado
Que de cruel e mal grado.
Torturou-me, sem piedade.
Minha culpa foi o crime
Que em palavras não se exprime.
Condenou-me, a tanta saudade.
Fiquei presa a longos anos,
Perdidos e insanos
No cárcere da infelicidade.
Mas hoje, no julgamento final...
As lembranças inquietantes
De uma beleza instigante
Depuseram em defesa com a verdade.
O razão foi a melhor advogada
Que com sinceridade comprovada
Defendeu minha causa com veracidade.
O tempo foi o juiz
Que cansado de ver-me infeliz
Concedeu-me o veredito de liberdade.
Hoje estou livre! Mas, morta de saudade.
Dhora Prado