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Desceu a montanha, com sede tamanha,
Planou pelos ares, o belo albatroz.
Banhou-se nos mares, visitou seus pares,
Lavou sua alma, na paz e na calma.
Mergulhou profundo, chegou noutro mundo,
Trocou sua pele por bela baleia
Dançou com a sereia, encanto segundo.
Voltou pra areia, p’ro solo fecundo.
Pulando no rio, num tédio tão frio,
Tecendo o fio de sua mortalha,
Pode ser no Rio ou na Cornualha.
Chegou a beleza de uma cachoeira,
Vem da Cordilheira, altura sem fim,
Banhou o seu corpo, fazendo sua reza,
Sua pele não pesa, perfeito marfim.
Cruzou a floresta, com a flora uma festa,
Vestiu-se das ervas, prá não maldizer.
Voltou pras montanhas, com asas refeitas,
Pois todas maleitas se fez derreter.
Terminou seu voo, sede satisfeita.
Deitou na sua rede, novo entardecer.
Fechou o seu ciclo da metamorfose,
Tomou sua dose conforme a receita.
A dor satisfeita, ferida fechada,
Na pira sagrada, já pode morrer.
Estrela Radiante
"Imagem do Google"