Distância

Meu poeta preferido anda distante...

Anda calado.

Será nos braços de uma musa real,

Ou nas diversidades causadas

Pela modernidade fatal?

Não me importa quem lhe rouba.

Ou melhor, me importa sim...

E a ela, que sei feminina,

Seja em que forma for,

Desdenho,

pois de inveja me contamina.

Espero apenas que não esteja

de todo esquecida.

Que tenha lugar num verso

Uma quimera de pensamento

Ou numa frase perdida.

E nessa distância,

envolta pela espera

incontrolável,

pretensiosamente,

desejo estar eternizada

mesmo que seja nascendo

em um suspiro

e morrendo em palavras.