CREPÚSCULOS DO PASSADO
Fiz um feixe na memória!...
Com os gravetos do tempo:
Fui juntando... Pouco a pouco...
E às vezes, negligente,
Nem percebi que perdera
Gravetos tão importantes.
Hoje procuro e não vejo!...
E nunca mais vou achar!...
Estes gravetos tão caros!...
Que já pude segurar.
Só consigo conformar-me!...
Porque ficou a lição:
Cuidar o máximo que eu possa
Dos gravetos que encontrar.
Há se eu pudesse, de novo!...
Nos crepúsculos do passado...
Ainda, que por instantes!...
De novo reencontrá-los!...
E repor tudo no feixe
Que conduzo no presente
Podendo recuperá-los.
Mas o tempo não dá chance!
Vive brigando comigo:
Se me diz que sou culpada,
O mesmo pra ele, afirmo,
E vejo tudo amarrado
Neste feixe que a memória
Vem no tempo construindo.
E olhando atrás eu vejo
Nos crepúsculos do passado
A vida... Se projetando...
E eu ,sentada, assistindo.