A Sentença que lhe fora dada

Os pulmões resfolgam impetuosamente.

O coração encontra-se num frenesi.

O estômago vira, revira, remexe.

Há um turbilhão de imagens que,

rapidamente, lhe parecem abstratas.

A sentença lhe fora dada.

Sou como o húmus que decompõe a carne que,

Inóspita, se degrada na fria terra.

Sou como um tumor que,

sorrateiramente, se manifesta e domina

cada parte que ainda tenha vida.

Sou como o vírus que

manifesta rápida e inesperadamente.

Sou como a ferrugem que

corrói e destrói com o decorrer do tempo.

Sou cada lembrança que,

impetuosamente, lhe perturba.

Sou, muitas vezes, a sentença de morte

Do ontem,

do hoje,

do amanhã.

Eu sou a doença que se chama...

Saudade.

(05 de junho de 2011)

Por Jéssica França
Enviado por Por Jéssica França em 11/09/2012
Código do texto: T3877091
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