A SAUDADE
(Sócrates Di Lima)
I
A saudade quando me pega,
Deixa-me tão desordenado,
O meu coração se entrega,
Como se ela morasse ao meu lado.
A saudade é assim trigueira,
Não me deixa abandonado,
Ela não é passageira,
Deixa meu peito carregado.
A saudade é tão penosa,
Faz doer sem machucar,
É pétala solta de rosa,
Que o Sol faz secar.
Refrão....
A saudade não tem pena,
É loira e bem mulher,
Tem olhos azuis que me acena,
Lá onde o tempo meu não quer.
II
E o vento a carregar,
A folha da rosa morta.
A saudade é um penar,
Parece uma estrada torta.
E eu aqui tão distante,
Sozinho na minha tapera,
Deixei de ser um errante,
Amei mais do que eu pudera.
Assim me pega a saudade,
Quando eu nem mais preciso dela,
Mas, falando a mais pura verdade,
Eu ainda morro de amor por ela.
Refrão...
E a saudade não tem pena,
É loira e bem mulher,
Tem olhos azuis que me acena,
Lá onde o tempo meu não quer.