O seresteiro e eu!
Era noite de verão,
No céu uma Lua cheia,
Derramava o seu brilho
Com seu suave clarão.
Na rua um Seresteiro,
A Lua reverenciava,
E numa canção dolente
A sua amada chamava.
E o perfume de jasmim,
Minha alma inebriava,
Trazendo do meu passado,
O homem que eu amava.
Em noites de Lua clara,
As suas juras de amor,
Em versos só para mim,
Docemente declarava.
O tempo passa e não vê,
A tristeza de ninguém,
Nem se importa em saber,
Se eu choro por alguém.
Com saudade de um tempo
E daquele amor perdido,
Que ficou meio esquecido
Num cantinho do passado.
Agora reina o silêncio,
Eu me enrolo nos lençóis,
O Seresteiro já não canta,
Eu durmo pensando em nós.