ESCRIVANIHA

Pequeno quadrado,pedaço virgem,

Traçado reto que inventa arte,

Fileiras grafite,antes imensa árvore,

Celulose gigante,hoje cinza paisagem.

Borrado desenhos,toscos e encardidos,

Juntando palavras procura montar,

Capaz de parir,escritas doces,

Máquina de dedos,poema-amar.

Tinta-metade em períodos gramáticos,

Bocal mordido que pede uma pausa,

Grifado aceso,sentidos estéticos,

Linguagens vivas que mudam a página.

Vozes criadas de simples rabiscos,

A folha preenche seguindo a métrica,

Cardápio de: versos,contos,novelas,

A obra ensaiada,enfim ganha vida.

A data no canto é marca do início,

Na margem a maiúscula dar o tom da levada,

Dois pontos indicam,possível fala,

Que pensa na amada,amor tão possível.

Parado ao esboço uma lágrima avisa,

Tem bela singela sendo lembrada,

Narra romance o dono da escrita,

Colando-beiço,a carta endereçada.

MARCONI MACHADO MENEZES
Enviado por MARCONI MACHADO MENEZES em 06/09/2012
Reeditado em 12/09/2012
Código do texto: T3867848
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